quarta-feira, abril 29, 2009

É POSSÍVEL SONHAR - Prog 30

IGREJA, O CORPO DE CRISTO.

Foto: Marcos Vichi


IGREJA, O CORPO DE CRISTO

I Coríntios 12.1 – 31


Qual é a primeira imagem que vem à sua mente quando você ouve a palavra Igreja? Para muitos Igreja significa um templo aonde se vai nos dias de culto e que no resto da semana permanece fechado.


A palavra Igreja vem do grego Ekklesia que significa “chamados para fora”. Portanto, biblicamente falando a Igreja não é o templo, mas as pessoas que crêem em Jesus como seu Senhor e Salvador, que estão reunidas com o intuito de adorar a Deus e que ao sair do templo continuarão servindo ao Senhor na comunidade onde vivem atraindo novos adoradores. Estes novos adoradores se integrarão à Igreja e se tornarão parte do corpo de Cristo.


Quando se define a Igreja como um corpo, o que está sendo enfatizado nesta definição? Que benefícios a colocação deste conceito em prática pode trazer à sua vida ou à sua Comunidade de Fé? Que ferramentas Deus utiliza para ajudar a sua Igreja a ser o seu corpo visível na terra? São estes os pontos que desejamos analisar neste estudo.


1. O conceito de igreja como um corpo, enfatiza a idéia de unidade - “Assim como o corpo é um, e tem muitos membros, e todos os membros sendo muitos, formam um só corpo, assim é Cristo também”. I Coríntios 12. 12


Para funcionar bem, o corpo precisa estar inteiro. Quando acontece algum acidente e uma pessoa tem algum membro amputado, ela é levada com toda a rapidez a algum hospital onde os médicos utilizarão toda a tecnologia disponível para reimplantar este membro. Se o reimplante demorar muito para acontecer, não poderá mais ser realizado e corpo ficará com uma deficiência permanente.


“O ministério e o testemunho do corpo em prol do evangelho são afetados quando excluímos aqueles que não se encaixam no sistema que nós inconscientemente desenvolvemos. Todos são importantes no corpo de Cristo”1.


A idéia do corpo tem um significado muito forte no contexto da Igreja porque cada pessoa vem de um lugar diferente, com experiências de vida diferentes, mas o Espírito Santo une a todos em um só corpo pela redenção efetuada por Cristo na cruz. “Desta forma não há judeu, nem grego, não há servo nem livre, não há macho nem fêmea, pois todos vós sois um em Cristo Jesus” (Gálatas 3. 28). Dentro da Igreja a diversidade convive com a unidade porque é o Espírito Santo quem realiza a tarefa da união. “Há diversidade de dons, mas o espírito é o mesmo, há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo” (I Coríntios 12. 4 – 5).


Um fator fundamental para a unidade da Igreja é o amor que faz com que as pessoas se preocupem umas com as outras. O que você faz quando uma parte do seu corpo está enferma? Você a despreza por ser problemática? Não! Você procura o tratamento adequado para que ela se recupere, porque aquela enfermidade incomoda e enquanto ela não for curada toda a sua vida ficará limitada.


A Igreja precisa funcionar de acordo com este mesmo princípio. Se meu irmão não está bem eu não vou descansar até encontrar uma solução para o problema dele. Evidentemente que você não poderá resolver todas as coisas para todas as pessoas, mas em muitos casos apenas um gesto demonstrando que você se importa com a necessidade de alguém já faz uma diferença enorme e dá forças para aquela pessoa seguir em frente.


Quando a igreja vive em unidade ela atende o desejo de Cristo expresso em João 17. 21 “E peço que todos sejam um. E assim como tu, meu pai, estás unido comigo, e eu estou unido contigo, que todos os que crerem também estejam unidos a nós para que o mundo creia que tu me enviaste” (NTLH). Quando os não crentes olharem para a Igreja e a virem unida, manifestando o amor de uma forma prática, eles conhecerão a extensão e a profundidade do amor de Deus, então terão o desejo de fazer parte desta comunhão. A unidade na Igreja proporciona saúde e isto leva à segunda ênfase deste estudo:


2. O conceito de igreja como um corpo enfatiza a idéia de dinamismo - “E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos (...) Ora, o corpo não é um só membro, mas muitos. Se o pé disser: porque não sou mão não sou do corpo, não será por isso do corpo?” (I Coríntios 12. 6; 14 – 15).


Um corpo saudável não permanece parado, ele quer produzir, envolver-se em diversas atividades, pois tem energia suficiente para investir naquilo que lhe desperta interesse. Existe muito para ser feito no âmbito de atuação da Igreja e cabe aos crentes envolverem-se nesse serviço, mas na hora de realizar a tarefa é que as coisas se complicam. O problema retratado por Paulo na Igreja de Corinto acontecia porque alguns crentes não estavam satisfeitos com as suas atividades porque achavam-nas inferiores às dos outros. Estas pessoas não se valorizavam e o trabalho da igreja sofria com isto porque ficava paralisado, enquanto os irmãos brigavam entre si.


Não existe serviço menos importante no Reino, assim como no corpo não existem órgãos sem valor. “Antes, os membros do corpo que parecem ser mais fracos, são necessários”(I Coríntios 12. 22). Aquele irmão que cuida da limpeza é tão importante quanto o cantor com voz maravilhosa. O valor da tarefa a ser executada não está na posição social que ela confere, mas em dar a oportunidade de servir a Deus. “E tudo o que fizerdes por palavras ou por obras, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai” (Colossenses 3. 17). “Portanto, quer comais, quer bebais, ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus” (I Coríntios 10. 31).


Ao executar a sua tarefa com cuidado você se aperfeiçoará, o seu ministério se expandirá e o corpo de Cristo será abençoado ao tornar-se mais ágil podendo desenvolver mais atividades realizando-as com qualidade. “Tudo o que te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças” (Eclesiastes 9. 10).


O dinamismo na igreja é alcançado quando todo o corpo mantém um bom relacionamento com a cabeça. “E sujeitou todas as coisas debaixo dos seus pés, e sobre todas as coisas o constituiu como cabeça da igreja que é o seu corpo, a plenitude daquele que enche tudo em todos”. “Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é o cabeça, Cristo” (Efésios 1. 22 – 23; 4. 15). “Não importa qual ministério você tem, todos os ministérios dependem de seus componentes estarem num relacionamento correto com Deus. Se você não é capaz de andar em obediência diária ao Senhor, você não deve esperar ser usado em áreas de responsabilidade no corpo de Cristo”2.


A cooperação garante o dinamismo do corpo. Todos os membros utilizam todas as suas habilidades com a intenção de atingir um objetivo comum, mas que ferramentas Deus utiliza para alcançar este objetivo?


3. Os Dons Espirituais São As Ferramentas De Deus Para O Desenvolvimento Da Igreja. “A manifestação do Espírito é dada a cada um para o que for útil. A uns pôs Deus na igreja primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro lugar mestres, depois operadores de milagres, depois dons de curar, socorros, governos, variedade de línguas” (I Coríntios 12. 7, 28).


Cada ministério existe porque foi estabelecido por Cristo. Ele conhece as necessidades de sua igreja e tem chamado pessoas capacitando-as para servirem em funções especificas com a intenção de que o seu corpo cresça de uma forma equilibrada. Deus “coloca cada pessoa em uma igreja com a finalidade de cumprir os seus propósitos redentores através desta igreja”.3


Todos os crentes são chamados para o serviço “(...) Antes participa comigo das aflições do evangelho segundo o poder de Deus, que nos salvou, e chamou com uma santa vocação; não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e a graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos eternos” (II Timóteo 1. 8b – 9).


Não é necessário ser pastor ou fazer um curso de teologia para servir no corpo de Cristo, basta estar disponível. Por esta razão Deus distribui os seus dons para que cada crente se encaixe adequadamente na sua área de atuação e tenha a oportunidade de unir as suas habilidades naturais à capacitação divina, multiplicando o poder abençoador de seu trabalho.


“O que o corpo de Cristo precisa entender é que ele já foi chamado para atuar ministrando misericórdia, auxilio, hospitalidade, exortação ou qualquer um dos dons de comunhão ou serviço. Pode existir diferença de vocações no corpo, mas todas elas são importantes e necessárias. A diferença reside apenas na função, e não em sua importância”4.


O crente é chamado por Deus para exercer os seus dons com amor e dedicação. Longe de ser uma obrigação, é um privilégio poder participar da obra de Deus, por isso devemos levar o nosso trabalho a sério e não executá-lo sem o devido cuidado. “Temos diferentes dons segundo a graça que nos é dada. Se for profecia, seja ela segundo a medida da fé. Se for ministério seja em ministrar, se é ensinar, haja dedicação no ensino” Romanos 12.6-7. Paulo recomenda aos cristãos em Efésios 4. 1 “(...) Rogo-vos que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados”.

Ao valorizar a sua vocação e buscar desenvolver o dom que Deus lhe deu você entenderá que sozinho é impossível sobreviver. “Deus nos fez interdependentes. Nós precisamos uns dos outros. O que falta a um, outros no corpo podem suprir, e certamente o farão. E o que falta a esses “supridores”, um outro membro pode suprir”5.


Os dons espirituais foram dados por Deus como ferramentas para serem utilizadas. Se elas ficarem abandonadas dentro de uma caixa não terão nenhuma utilidade. Este é o momento para você deixar de lado todo o medo e com toda a oração e dedicação buscar aperfeiçoar-se no manejo destes instrumentos assim você será “(...) aprovado como obreiro que não tem do que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” II Timóteo 2. 15. Coloque-se a disposição de Deus e você verá o que ele pode fazer em sua vida.

Conclusão


Para enfrentar os desafios que tem diante de si a igreja precisa viver em unidade como um corpo. Precisa ser dinâmica oferecendo respostas adequadas às perguntas que a sociedade insiste em fazer e precisa ser hábil em manejar as ferramentas que o Espírito Santo disponibiliza para tornar o seu ministério cada vez mais eficaz.


Os não-crentes anseiam por ver a igreja cumprindo o seu papel de manifestar o amor de Cristo ao mundo. Devemos ser não apenas ouvintes atentos, mas cumpridores da palavra de Deus (Tiago 1. 22 – 25), demonstrando maturidade e firmeza de convicção que são frutos de um caráter transformado.


Cristo promete estar conosco todos os dias até o fim dos tempos, esta é a grande benção que a igreja, o corpo de Cristo deve desejar.


Notas:


1. Igreja Celeiro de Deus – Darrel Robinson – Pág. 21.

2. The Local Church Today – Bill Schleider – Pág. 262 – Tradução do Autor para esta nota.

3. Conhecendo Deus e Fazendo a Sua Vontade – Henry T. Blackaby e Claude V. King – Pág. 115.

4. The Making Of a Leadership – Frank Damazio – Pág. 40 – Tradução do Autor para esta nota.

5. Conhecendo Deus e Fazendo a Sua Vontade – Henry T. Blackby e Claude V. King – Pág. 115.

ESPIRITUALIDADE E ECOLOGIA - Prog 29

A BOA NOTÍCIA DO REINO DE DEUS

Foto: Marcos Vichi

A BOA NOTÍCIA DO REINO DE DEUS


“Começo da Boa Notícia de Jesus, o Messias, o Filho de Deus". Marcos 1.1


INTRODUÇÃO


Jesus veio para mudar a forma como as pessoas se relacionavam entre si e com Deus. A proclamação da chegada do Messias permitiu às pessoas tomarem conhecimento de um fato importante, que lhes ofereceria uma esperança renovada para a vida. Mas nem todos vão ficar satisfeitos com esta proposta.


A vida em Israel não estava fácil na época em que Cristo iniciou o seu ministério terreno. Política e religião eram assuntos delicados e envolviam muitos interesses, que não seriam ignorados por sua mensagem. Jesus Não pretendia ser apenas um carismático animador de multidões, tão pouco um fantoche guiado pelo império Romano. A instigante saga do Reino de Deus estava começando e depois dela, o mundo não seria mais o mesmo.


UM MESSIAS ESPERADO
Marcos anuncia a chegada de alguém muito aguardado pelos judeus. Um homem que implantaria o Reino de Israel e o ampliaria, permitindo que ele alcançasse toda a terra. Esta ideologia é percebida claramente nos seguintes textos: “Todos os confins da terra se lembrarão, e voltarão para Javé. Todas as famílias das nações se prostrarão na presença dele. Pois a realeza pertence a Javé, é ele quem governa as nações”. Salmo 22.28-29, ou: “A ti, Javé, pertencem a grandeza, o poder, o esplendor, a majestade e a glória, pois tudo o que existe no céu e na terra pertence a ti. Teu é o reino, e a ti cabe o elevar-se como soberano acima de tudo ”. I Crônicas 29.11.

Toda esta expectativa pelo advento do messias não se dava apenas pelo fato da simples definição de fronteiras físicas de um reino, mas porque este também seria um passo muito importante para a história da redenção de Israel. Conforme Salmo 98.2-4: “Javé fez conhecer a sua vitória, revelou sua justiça às nações. Lembrou-se do seu amor e fidelidade em favor da casa de Israel. Os confins da terra contemplaram a vitória do nosso Deus. Terra inteira aclame a Javé e dê gritos de alegria!”.


A palavra “ungido” tem a sua origem no Hebraico – mashiach – a sua tradução para o grego é a palavra: Χριστός – Christós. “Portanto, ao invés de ser um sobrenome, Cristo é um título, uma declaração dos propósitos do filho de Deus, em sua vinda ao mundo (...) Quando dizemos Jesus Cristo, estamos confessando-o como o ungido de Deus e portador da salvação O título Cristo é uma síntese das qualificações de seu portador”. 1


No Antigo Testamento, a palavra Messias, era utilizada para aqueles que exerciam uma função sacerdotal, inclusive para reis, conforme informa o texto de Levítico 4.3: “Se o sacerdote ungido pecar para escândalo do povo, oferecerá ao Senhor, pelo seu pecado, que cometeu, um novilho sem defeito, por expiação do pecado”, e Salmos 18:50: “Pois engrandece a salvação do seu rei, e usa de benignidade com o seu ungido, com Davi, e com a sua semente para sempre”.


O escritor começa identificando o protagonista do seu evangelho como o Filho de Deus, o Ungido, para que não paire nenhuma dúvida sobre as credenciais de Jesus Cristo. “O próprio nome de Jesus vem da palavra Joshua, que significa: Ele salvará” (Yancey, p. 53).


A ocupação estrangeira afetou a vida religiosa de Israel. Tradicionalmente tolerante com a cultura religiosa dos povos que dominava, o império Romano não via com bons olhos a insistência judaica de considerar o seu Deus como o único Deus, nem a expectativa de que esta divindade suprema enviaria o seu filho ao mundo para reinar e abalar o trono de César.


Os judeus resistiam obstinadamente a qualquer tentativa de inserção de elementos estranhos em sua cultura e religião. Enquanto as nações ao seu redor incorporavam o idioma e a cultura grega ao seu dia a dia, Israel continuava falando o hebraico e o Aramaico. Eles preferiam a morte, ao invés de prostrar-se diante das múltiplas divindades da mitologia romana.


O filho de Deus era esperado para mudar esta situação estabelecendo a justiça, como padrão para governar o relacionamento entre os homens conforme declara o texto de Isaias 11.4-5: “Ele julgará os fracos com justiça, dará sentenças retas aos pobres da terra. Ele ferirá o violento com o cetro de sua boca, e matará o ímpio com o sopro de seus lábios. A justiça é a correia de sua cintura, é a fidelidade que lhe aperta os rins”.


A figura do messias guerreiro era intensamente propagada pelos sacerdotes, pelos profetas e a sua figura de maior expressão era o Rei Davi, que derrotou os inimigos, fundou Jerusalém e recebeu a promessa de que o seu trono jamais teria fim. “O cetro não se afastará de Judá, nem o bastão de comando do meio de seus pés, até que o tributo lhe seja trazido e os povos lhe obedeçam”. Gênesis 49.10. “Seu trono é de Deus, e permanece para sempre! O cetro do seu reino é cetro de retidão!”. Salmo 45.7.


ESPERANÇA, APESAR DA OPRESSÃO.

Apesar de estar a séculos vivendo debaixo do domínio estrangeiro, Israel jamais se esqueceu do período de glória vivido durante os reinados de Davi e Salomão. As histórias passadas de pai para filho, através da tradição oral e dos pergaminhos sagrados, forjaram um caráter altivo na nação, que agia como nobre, mesmo não desfrutando mais de poder sobre o seu destino.


Apesar de todos os problemas com o governo central, os judeus desfrutavam de certa autonomia política que incluía a figura de um rei, Herodes, fantoche dos romanos, que assumiu o trono com a tarefa de manter os rebeldes sob controle. Neste cenário, foram criados alguns partidos políticos/religiosos, que, de diferentes formas, repeliam ou colaboravam com governo central romano.


Os Zelotes: Defendiam a luta armada para libertar a terra Santa. Enquanto uma facção empreendia atentados contra alvos civis ou militares romanos, a outra se encarregava de garantir o estrito cumprimento da lei, evitando casamentos entre judeus e estrangeiros, e outros pecados, que comprometeriam a pureza religiosa.


Os Essênios: Eram pacifistas, e buscavam o isolamento em comunidades nas montanhas do deserto. “Convencidos de que a invasão romana viera como castigo por seu fracasso em guardar a lei, dedicavam-se à pureza (...) Esperavam que a sua fidelidade incentivasse o advento do Messias” . (Yancey, p 65).


Os saduceus: Helenizados sob o domínio dos gregos, faziam alianças com os dominadores do momento. Não criam na intervenção divina nem na vida após a morte. Desfrutavam de prestígio político e econômico razão pela qual não desejavam mudanças radicais na estrutura da sociedade.


Os Fariseus: Muito popular na classe média, oscilavam entre o separatismo e o colaboracionismo. Eram estritos seguidores da lei e tiveram vários conflitos com Jesus relativos à guarda do sábado. Os judeus que desprezavam os rituais religiosos eram excluídos da vida social da comunidade.


A boa notícia de que o filho de Deus já havia nascido e vivia entre eles, alvoroçou o povo ansioso por ver o descendente de Davi ocupar o trono e expulsar os invasores infiéis do país. “A pergunta de João a Jesus, ‘És tu aquele que havia de vir, ou devemos esperar outro?’, foi na verdade sussurrada por toda parte”. (Yancey, p 55).


Todos sabiam do risco iminente de destruição de Jerusalém, no caso de uma rebelião de grandes proporções, mas a esperança do triunfo alimentava a fé de que agora a história seria diferente. Eles não estavam mais sozinhos, a sua cidade sagrada jamais seria destruída e se transformaria em lugar de adoração para a glória de Javé dos exércitos. Conforme diz o texto de Isaías 31.5-6: “Como ave que abre as asas para proteger seus filhotes, assim Javé dos exércitos protegerá Jerusalém. Ele a protegerá e ela será salva; ele a poupará, e ela será liberta. Filhos de Israel convertam-se a ele desde o fundo da rebeldia de vocês”. Não passava pela cabeça de ninguém a hipótese de uma derrota.

Ao imaginar que o Messias estava por perto, os judeus sonhavam com um futuro de liberdade, onde os reis governariam com justiça promovendo o bem comum da sociedade. O ímpio já não existirá mais, porque se não tiver se convertido terá sido aniquilado devido à dureza de seu coração.

É neste cenário complexo que Jesus surge para estabelecer o seu reino. O sonho de uma nação está em jogo, muitas expectativas foram lançadas e esperam ser atendidas, mas algumas serão desapontadas. Conforme o apóstolo Pedro declarou em sua epístola: “De fato, nas escrituras se lê: ‘Eis que ponho em Sião uma pedra angular, escolhida e preciosa. Quem nela acreditar não ficará confundido’. Isto é: para vocês que acreditam, ela será tesouro precioso; mas para os que não acreditam, a pedra que os edificadores rejeitaram tornou-se a pedra angular, uma pedra de tropeço, e uma rocha que faz cair. Eles tropeçam porque não acreditam na Palavra, pois foram para isto destinados”. I Pedro 2.6-8


A DIFÍCIL CONCILIAÇÃO DAS AGENDAS


O objetivo da vinda de Jesus ao mundo era revelar ao ser humano que Deus se importava com os seus sofrimentos de tal forma, que decidiu encarnar-se e viver como homem para sofrer junto conosco a maldade e a injustiça, a fim de triunfar sobre ela.


As pessoas eram a prioridade de Jesus. Ele não tinha compromissos com sistemas políticos e não veio para satisfazer as esperanças deste ou daquele grupo. O seu interesse real era a libertação do ser humano dos esquemas políticos, econômicos e religiosos que o oprimiam promovendo o bem estar de poucos, à custa da miséria de multidões. "Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido". Lucas 19.10.


Para alcançar o seu objetivo, Jesus misturou-se aos excluídos de seu tempo, com o intuito de lhes dizer face a face o quanto eles eram amados por seu Pai e estimular naqueles corações o desejo trazer à tona a imagem de Deus, reacender a chama divina, obscurecida pelo pecado e pela injustiça.


Neste sentido, Jesus representava uma ameaça a todo um sistema estabelecido sobre acordos políticos em que cada personagem desempenhava uma função pré-determinada onde não havia espaço para a contestação. Sua manifestação de revolta ao destruir as bancas dos mercadores no templo de Jerusalém, narrada no evangelho de João 2.13-16, foi uma atitude corajosa, que incomodou profundamente às autoridades, que vislumbraram o surgimento de um sério opositor.


A boa notícia que Jesus veio anunciar enchia de esperança os corações dos excluídos, daqueles que não tinham voz dentro da comunidade, mas não parecia tão boa assim para os que detinham o poder. O estabelecimento do Reino de Deus, necessariamente entra em confronto com as estruturas corrompidas de uma sociedade.


Não é possível dizer “O Reino de Deus está entre nós”, e tolerar a existência de pessoas morrendo de fome, de desempregados crônicos, excluídos do mercado de trabalho por falta de estudo. O pecado dos religiosos da época de Jesus foi afastar-se das pessoas de quem Jesus queria cuidar. Eles se encastelaram dentro do templo e não quiseram abandonar o conforto para servir a Deus. "Então os justos lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? Ou com sede, e te demos de beber? E quando te vimos estrangeiro, e te hospedamos? Ou nu, e te vestimos? E quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos ver-te? E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes". Mateus 25.37-40. A concretização da esperança escatológica do Reino também passa pela assistência aos necessitados.


A agenda dos sacerdotes do tempo de Jesus estava tão cheia de compromissos com a instituição que eles não tiveram condições de reconhecer o momento em que o próprio Deus lhes oferecia a oportunidade para rever o seu caminho. O ativismo religioso aparentava dinamismo, mas foi um empecilho para que as pessoas pudessem receber o anuncio da melhor notícia de todos os tempos: Jesus, o Messias, o Filho de Deus, havia chegado para trazer vida em abundância.


CONCLUSÃO


O compromisso de Jesus com o Reino de Deus ia além dos limites demarcados pelas doutrinas da religião. Sua missão era trazer a liberdade, a paz e a justiça para este mundo, mas as suas armas não eram de guerra e o seu exército não possuía militares treinados para matar. Enquanto o povo esperava um discurso inflamado contra o inimigo, ouviu a mensagem do perdão. Definitivamente este Reino era diferente. Para compreendê-lo seria necessário abrir a mente e o coração para ouvir a voz de Deus e conhecer um pouco mais do seu projeto infinito para a humanidade. A libertação do Reino não somente política, mas torna o homem livre de todo o tipo de opressão que tenta apagar em seu coração o sopro sagrado de vida, que o criador concedeu aos seus filhos.


PERGUNTAS
1. Que expectativas da sociedade a igreja brasileira precisa confrontar, para ir adiante na luta para o estabelecimento de uma sociedade mais justa?
2. Como a igreja Brasileira pode anunciar a Boa Notícia do Reino de forma eficaz para o século XXI?


NOTA



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AZEVEDO, Israel Belo – O Que é Missão Integral – Organizado por Waltair A. Miranda – Rio de Janeiro – MK Editora – 2005.


BÍBLIA SAGRADA – Edição Pastoral – Tradução Ivo Storniolo, Euclides Martins Balancin – Paulus – SP – 1991.


Bíblia - Tradução Ecumênica - Edições Loyola - Paulinas - Direção da Ed. Brasileira: Gabriel C. Galache


BOFF, Leonardo - O Senhor é o Meu Pastor - Consolo divino para o desamparo humano - Rio de Janeiro - Sextante - 2004.


BOFF, Clodovis e BOFF, Leonardo – Como Fazer Teologia da Libertação – Editora Vozes – Petrópolis – 2001


CAVALCANTE, Robinson. A Igreja, o País e o Mundo. Ultimato - Viçosa – MG 2000.


GUTIERREZ, Gustavo, Teologia da Libertação – Tradução de Jorge Soares - Ed. Vozes – Petrópolis – RJ – 1979.


VICHI, Marcos - Jesus é a Palavra que Revela Deus aos Homens – Blog Compartilhando Palavras - extraído em 30/08/08 do seguinte site: http://compartilhandopalavras.blogspot.com/2006/08/jesus-palavra-que-revela-deus-aos.html


YANCEY, Philip, O Jesus que Eu Nunca Conheci – Tradução Yolanda M Krievin – Ed. Vida – São Paulo – SP – 2002

terça-feira, abril 28, 2009

PARA QUE SERVEM OS AMIGOS? - PROG 28

segunda-feira, abril 27, 2009

JUSTIÇA SOCIAL TAMBÉM É VIDA DEVOCIONAL - Teologia e Prática da Missão Integral

JUSTIÇA SOCIAL TAMBÉM É VIDA DEVOCIONAL
Teologia e Prática da Missão Integral



“E quando o Filho do homem vier em sua glória, e todos os santos anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória; e todas as nações serão reunidas diante dele, e apartará uns dos outros, como o pastor aparta os bodes das ovelhas; e porá as ovelhas à sua direita, mas os bodes à esquerda. Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo; porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me; estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e fostes ver-me. então os justos lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? ou com sede, e te demos de beber? E quando te vimos estrangeiro, e te hospedamos? ou nu, e te vestimos? E quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos ver-te? E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes. Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos; porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber; sendo estrangeiro, não me recolhestes; estando nu, não me vestistes; e enfermo, e na prisão, não me visitastes. Então eles também lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, ou com sede, ou estrangeiro, ou nu, ou enfermo, ou na prisão, e não te servimos? Então lhes responderá, dizendo: Em verdade vos digo que, quando a um destes pequeninos o não fizestes, não o fizestes a mim. E irão estes para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna”. Mateus 25.31-46



Introdução


A palavra devoção tem a ver com atitudes que envolvem a dimensão espiritual do indivíduo. É por este motivo que a oração, pública ou privada, a leitura da bíblia e a participação nos cultos e reuniões da igreja são tão facilmente identificadas como parte da vida devocional, cuja finalidade deve ser nos aproximar de Deus.


O conceito de justiça social é frequentemente relacionado à militância política, distribuição de alimentos, roupas, enfim, atividades que proporcionam o contato com as pessoas e as suas lutas para superar as adversidades.


É possível haver alguma conexão entre a espiritualidade e a justiça social? Um tema tão humano tem algo a ver com os propósitos de Deus na terra? O que o evangelho tem a dizer sobre este assunto?


1. Alcançando o Homem Todo


Em seu ministério, Cristo recebeu pessoas de todas as classes sociais com muitos problemas diferentes. Em nenhum momento é possível perceber que ele tenha feito uma classificação de seus milagres dividindo-os em: políticos, sociais, de cura física, etc. Os evangelhos expõem de forma muito clara a missão de Jesus, que é um dos princípios básicos do evangelho integral: “Porque o filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido”. Lucas 19.10.


A) Cuidando do corpo que sofre


Ao curar coxos, mudos e portadores de várias doenças, além de ressaltar a importância da saúde física, Jesus estava colaborando para a inclusão daquelas pessoas na sociedade.


Num tempo onde não havia previdência social, carteira assinada, ou qualquer direito trabalhista, a única maneira de alguém obter o seu sustento era trabalhar diariamente. Uma doença prolongada ou incapacitante, representava um sério problema especialmente se a família fosse pobre.O preconceito também atormentava os portadores de algumas doenças. Os leprosos, por exemplo, sofriam porque eram obrigados a abandonar seu trabalho e a família, para viverem isolados fora da cidade.


"Falou mais o SENHOR a Moisés e a Arão, dizendo: Quando um homem tiver na pele da sua carne, inchação, ou pústula, ou mancha lustrosa, na pele de sua carne como praga da lepra, então será levado a Arão, o sacerdote, ou a um de seus filhos, os sacerdotes. E o sacerdote examinará a praga na pele da carne; se o pêlo na praga se tornou branco, e a praga parecer mais profunda do que a pele da sua carne, é praga de lepra; o sacerdote o examinará, e o declarará por imundo. (...) Leproso é aquele homem, imundo está; o sacerdote o declarará totalmente por imundo, na sua cabeça tem a praga. Também as vestes do leproso, em quem está a praga, serão rasgadas, e a sua cabeça será descoberta, e cobrirá o lábio superior, e clamará: Imundo, imundo. Todos os dias em que a praga houver nele, será imundo; imundo está, habitará só; a sua habitação será fora do arraial". Levítico 13.1-3;44-46


A cura devolvia muito mais que a saúde física, ela resgatava a dignidade do ser humano permitindo que ele retornasse para ao convívio de sua família e de sua comunidade.


"E levantaram a voz, dizendo: Jesus, Mestre, tem misericórdia de nós. E ele, vendo-os, disse-lhes: Ide, e mostrai-vos aos sacerdotes. E aconteceu que, indo eles, ficaram limpos. E um deles, vendo que estava são, voltou glorificando a Deus em alta voz". Lucas 17.13-15


A luta pela justiça social recebeu atenção da mensagem de Jesus. Durante uma reunião na sinagoga de Nazaré, ele anunciou aos seus vizinhos e amigos que o reino de Deus também contemplava os pobres, os presos e aqueles que não tinham voz para protestar contra os abusos cometidos pelos donos do poder:


"O Espírito do Senhor é sobre mim, Pois que me ungiu para evangelizar os pobres. Enviou-me a curar os quebrantados do coração, a pregar liberdade aos cativos, E restauração da vista aos cegos, A pôr em liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor".Lucas 4.18-19


Jesus não ficou calado diante a corrupção que dominava o ambiente religioso de seu povo. Mesmo correndo o risco de tornar-se impopular, ele não teve medo de confrontar os interesses econômicos dos vendedores à porta do templo e falou para quem quisesse ouvir, que o que acontecia ali era pecado.


"Depois disso, desceu para Cafarnaum, com sua mãe, seus irmãos e seus discípulos; e ali só demoraram poucos dias. Estava próxima a Páscoa dos judeus, e Jesus subiu a Jerusalém. Encontrou no templo os negociantes de bois, ovelhas e pombas, e mesas dos trocadores de moedas. Fez ele um chicote de cordas, expulsou todos do templo, como também as ovelhas e os bois, espalhou pelo chão o dinheiro dos trocadores e derrubou as mesas. Disse aos que vendiam as pombas: Tirai isto daqui e não façais da casa de meu Pai uma casa de negociantes". João 2.12-15


Mas o evangelho não traz apenas uma mensagem de confrontação ao pecado, e às estruturas corrompidas da sociedade, ele apresenta também a esperança de redenção, que alcançará a todos os que crerem em Jesus.


B) Enchendo a alma de esperança


O progresso tem permitido ao homem fazer coisas que até alguns anos atrás eram consideradas impossíveis. Utilizando um computador uma pessoa pode realizar, sozinha e com mais rapidez, a tarefa que outras cinco cumpririam manualmente.


Todo este aparato tecnológico tem consumido o tempo livre, que antes era dedicado à família e aos amigos, porque para cumprir prazos cada vez mais apertados, os funcionários precisam estar sempre disponíveis para atender a uma solicitação do chefe, sob pena de perder o seu valioso emprego, caso decidam reclamar do excesso de trabalho.


O resultado de toda esta correria é que a ansiedade, a depressão e a angústia tornaram-se os males deste tempo. Enquanto isso, para dar conta de suas responsabilidades, as pessoas recorrem aos calmantes e estimulantes, porque não conseguem suportar mais os seus fardos.


Jesus oferece um caminho alternativo para enfrentar os desafios da vida moderna. Não é uma rota de fuga ou um anestésico para eliminar a dor da alma por um breve instante, mas é uma promessa de que ele estará conosco em qualquer situação e a certeza de que o nosso valor como pessoa não vem dos cargos que ocupamos ou do extrato da conta bancária, mas no fato de que somos filhos amados de Deus.

"Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve". Mateus 11.28-30


A consciência de que somos filhos de um pai cuidadoso, faz com que as crises tomem uma dimensão administrável. Ao invés da angústia, a paz de Cristo guardará a sanidade mental emocional e física daquele que opta por entregar nas mãos de Deus, através da oração, tudo o que lhe inquieta a alma.


"Alegrai-vos sempre no Senhor. Repito: alegrai-vos! Seja conhecida de todos os homens a vossa bondade. O Senhor está próximo. Não vos inquieteis com nada! Em todas as circunstâncias apresentai a Deus as vossas preocupações, mediante a oração, as súplicas e a ação de graças. E a paz de Deus, que excede toda a inteligência, haverá de guardar vossos corações e vossos pensamentos, em Cristo Jesus".Filipenses 4.4-7


Cuidar do corpo e da alma, recupera o homem integralmente e cumpre o desejo de Jesus expresso nos evangelhos: “(...) eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância". João 10.10.



2. Armadilhas no Caminho


No desejo de tornar o reino de Deus uma realidade palpável, corremos o risco de exagerar em alguns pontos e negligenciar questões importantes, por isso é necessário agir com prudência para evitar erros que venham a fechar portas importantes e criar obstáculos ao anúncio das boas novas. Que erros seriam estes? Entre outros, é possível citar:


A) Assistencialismo que estimula a dependência


Num país com tantas necessidades urgentes, algumas soluções que deveriam ser provisórias acabam se estabelecendo como definitivas, atendendo a uma parte superficial do problema, mas deixando de tratar a sua origem, gerando um número cada vez maior de pessoas dependentes da ajuda de instituições ou autoridades.


A distribuição de alimentos, roupas, e até dinheiro, tem a sua utilidade em momentos agudos, quando a sobrevivência do indivíduo ou de sua família esteja ameaçada, se não houver uma intervenção externa. Esta assistência deve vir sempre acompanhada de políticas que estimulem a autonomia daquele que recebe o auxílio. O deputado Marcos Rolim traz em seu site: http://www.rolim.com.br/cronic5.htm a seguinte explicação sobre a diferença entre a assistência Social e o assistencialismo:


Assistência social: "O que se vislumbra é a possibilidade dos assistidos se organizarem de forma independente, elaborar suas demandas de forma coletiva e passar a crer mais em si próprios do que na intervenção de qualquer liderança ou autoridade que lhe apareça como "superior". A Assistência Social é, por isso mesmo, uma prática de emancipação. Se vitoriosa, ela produz sujeitos livres e críticos".


Assistencialismo: "O que se vislumbra, pelo assistencialismo, é a possibilidade dos assistidos "retribuírem" eleitoralmente a atenção recebida; por isso, os assistidos devem ser submissos e dependentes, não devem se organizar de forma autônoma e, muito menos, expressar demandas políticas como se sujeitos fossem. O assistencialismo é, por isso mesmo, uma prática de dominação. Se vitorioso, ele produz objetos dóceis e manipuláveis".


À igreja cabe a tarefa de estimular a formação de sujeitos autônomos, que possuam o coração aberto para auxiliar o outro com o mesmo amor que receberam no momento de sua dificuldade.


"Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, nem por constrangimento; porque Deus ama ao que dá com alegria. E Deus é poderoso para fazer abundar em vós toda a graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, toda a suficiência, abundeis em toda boa obra; conforme está escrito: Espalhou, deu aos pobres; a sua justiça permanece para sempre. Ora, aquele que dá a semente ao que semeia, e pão para comer, também dará e multiplicará a vossa sementeira, e aumentará os frutos da vossa justiça. enquanto em tudo enriqueceis para toda a liberalidade, a qual por nós reverte em ações de graças a Deus. Porque a ministração deste serviço não só supre as necessidades dos santos, mas também transborda em muitas ações de graças a Deus; visto como, na prova desta ministração, eles glorificam a Deus pela submissão que confessais quanto ao evangelho de Cristo, e pela liberalidade da vossa contribuição para eles, e para todos; enquanto eles, pela oração por vós, demonstram o ardente afeto que vos têm, por causa da superabundante graça de Deus que há em vós. Graças a Deus pelo seu dom inefável". 2 Coríntios 9.7-15.


A igreja de Corinto abençoou os seus irmãos macedônios conquistando a sua gratidão e amor e não a dependência. Esse deve ser o nosso grande objetivo como igreja num mundo repleto de necessidades.


B) A tentação do adesismo religioso


A produtividade é uma das principais palavras de nosso tempo. Por este conceito, a qualidade de algo é medida pelo seu nível de consumo. Quanto mais pessoas disputarem o meu produto, melhor ele será. Esta mentalidade tem alcançado muitas igrejas, que não medem esforços para manter os seus templos cheios.


Vincular a ajuda à freqüência regular aos cultos da igreja prejudica a formação de novos discípulos e vai contra a recomendação bíblica: "A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos ameis uns aos outros; porque quem ama aos outros cumpriu a lei". Romanos 13.8


Esta atitude distorce o conceito de lealdade, pois a pessoa está ali por conta do suprimento a ser recebido e não por amor a Deus. A igreja cheia, longe de glorificar a Deus exalta o estilo de sua liderança.


3. Desafios ao Evangelho Integral


A) Fé x obras - Dilema ou diálogo?


O desenvolvimento da teologia colocou em oposição estes dois tópicos importantes e criou uma rivalidade que não existiu na prática ministerial de Jesus ou dos apóstolos, conforme é possível observar neste texto da epístola de Tiago 2.14-18:


Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé, e não tiver as obras? Porventura a fé pode salvá-lo? E, se o irmão ou a irmã estiverem nus, e tiverem falta de mantimento quotidiano, E algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos, e fartai-vos; e não lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí? Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma. Mas dirá alguém: Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras”. Tiago 2.14-18


Fé e obras são os dos lados da mesma moeda. Elas se complementam com o objetivo de levar o ser humano integralmente a Deus. Como é possível alguém orar estando faminto? Da mesma forma, um farto banquete não é capaz de satisfazer plenamente o coração que tem fome por Deus. O evangelho é uma combinação de oração e ação, o Espírito Santo nos concede a sensibilidade para identificar um problema, e a coragem para buscar a solução. A omissão é pecado.


O verdadeiro discípulo de Cristo, prega o evangelho contemplando as necessidades físicas e sociais da pessoa evangelizada, considerando-as tão importantes quanto a salvação de sua alma.


b) Arregaçando as mangas


Pare. Dê um tempo na agitação diária, olhe ao redor, para os problemas de sua rua, de seu bairro e será possível perceber quanta coisa existe para ser feita no lugar onde você vive. Escute o clamor das pessoas de sua comunidade a fim de levar-lhes o conforto da resposta divina. Se a igreja calar-se até as pedras levantarão as suas vozes ao céu (Lucas 19.40).


O critério escatológico de Jesus para reconhecer os filhos de Deus, não foi posicionamento teológico ou confissão doutrinária, mas o amor dedicado aos mais fracos.


Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo; porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me; estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e fostes ver-me. Então os justos lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? ou com sede, e te demos de beber? E quando te vimos estrangeiro, e te hospedamos? Ou nu, e te vestimos? E quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos ver-te? E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes”. Mateus 25


De que forma nós queremos ser reconhecidos por Cristo, no dia do Juízo final? O nosso estilo de vida, fornecerá a resposta para esta pergunta.


Conclusão


Sem o sonho é impossível ter esperança. O evangelho é a boa nova de Deus para o ser humano, porque ele tem o poder de resgatar a sua capacidade de sonhar com uma vida melhor num mundo livre da injustiça e da opressão. Esta sagrada esperança não é um sonho impossível, baseado apenas em projetos políticos ou lideranças temporárias, mas ele se apóia no plano eterno da salvação, que nos foi dado a conhecer por Jesus Cristo, filho de Deus e sua palavra encarnada. “No começo a Palavra já existia: a Palavra estava voltada para Deus, e a Palavra era Deus”. João 1.1


Uma vida devocional que não produz incômodo com as injustiças sociais é infrutífera, e precisa de cuidados urgentes, para não murchar e acabar morrendo desligada que está da videira que lhe alimenta: "Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador. Toda a vara em mim, que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto".João 15.1-2


A Igreja foi chamada para proclamar esta mensagem e seguir o exemplo de Jesus, que colocou em sua agenda aqueles que eram desprezados e os amou, como ninguém havia feito antes. O Rio de Janeiro precisa saber que não são muros, armas ou dinheiro, que solucionarão os graves problemas que afligem a cidade. Somente uma profunda transformação no coração fará emergir a ordem tão sonhada por cidadãos e governantes cariocas: "E dar-vos-ei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne. E porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis os meus juízos, e os observeis". Ezequiel 36.26-27

sábado, abril 18, 2009

MUITO ALÉM DO CIDADÃO KANE - BBC







sexta-feira, abril 17, 2009

UM REINO DE JUSTIÇA - Parte 2 - Prog 27

quarta-feira, abril 15, 2009

ÔNIBUS 174

ÔNIBUS 174
Texto extraído da apresentação deste video no youtube
O seqüestro do ônibus 174 é um episódio marcante da crônica policial do Rio de Janeiro, no Brasil. No dia 12 de Junho de 2000, às quatorze horas e vinte minutos, o ônibus da linha 174 (Central - Gávea) da empresa Amigos Unidos ficou detido no bairro do Jardim Botânico por quase 5 horas, sob a mira de um revólver, por Sandro Barbosa do Nascimento, vítima da antiga Chacina da Candelária.
Ao entrar no ônibus, Sandro só pretendia cometer um assalto. Algo, entretanto, deu errado e ele acabou ficando preso dentro do ônibus com seus onze reféns. Luciana Carvalho foi uma das primeiras que teve a arma colocada na cabeça. Sandro a levou para a frente do ônibus e queria que ela dirigisse o veículo. Foi ali que o seqüestrador fez o primeiro disparo, um tiro contra o vidro do ônibus, feito para intimidar os fotógrafos e cinegrafistas no local.

Willians de Moura, que na época era estudante de administração, foi o primeiro refém a ser liberado, ficando outras dez pessoas que eram todas do sexo feminino. Após a liberação de Willians, Sandro apontou a arma na cabeça de Janaína Neves e a fez escrever nas janelas, com batom, frases como: "Ele vai matar geral às seis horas" e "ele tem pacto com o diabo"."Ele vai matar geral às seis horas"-Frase escrita pela refém Janaína Neves

Após um tempo, Sandro libera também uma mulher chamada Damiana Nascimento Souza. Damiana já tinha sofrido dois AVCs e, naquele momento, passou mal novamente tendo um terceiro derrame. Segundo uma reportagem da Revista Época, o derrame "deixou-a sem a fala e sem os movimentos do lado esquerdo do corpo. (...) Desde então, caminha com dificuldade, comunica-se por escrito e apenas dois motivos a fazem deixar a casa humilde, no topo do Morro da Rocinha: ir ao médico e depositar flores no cenário da tragédia".

Um dos momentos de maior tensão foi quando o assaltante andou de um lado para o outro com um lençol na cabeça de Janaína. Segundo ela, Sandro afirmou que iria contar de um até cem, e quando chegasse no fim da contagem, ele a mataria. Sandro contava pulando os números e, ao chegar no número cem, fez a refém se abaixar e fingiu dar-lhe um tiro na cabeça. Após isso, fez ameaças: "delegado, já morreu uma, vai morrer outra".
Desfecho do seqüestro: Refém é baleada 4 vezes: 1 tiro na cabeça disparado pelo policial e 3 nas costas, pelo seqüestrador

Momentos de tensão e diálogo fizeram cenário entre as reféns e Sandro por muito tempo. Às dezoito horas e cinqüenta minutos no horário de Brasília, Sandro decidiu sair do ônibus, usando a professora Geísa Firmo Gonçalves como escudo. Ao descer, Sandro foi abordado por um policial do BOPE que acabou errando o tiro, acertando a refém. Geísa acabou também levando outros três tiros nas costas, disparados por Sandro.

Com sua refém morta, Sandro foi logo imobilizado enquanto uma multidão correu para tentar linchá-lo. Ele foi colocado na viatura com outros policias segurando-o. Sandro foi morto por asfixia ali dentro. Segundo sua tia Julieta Rosa do Nascimento, a assistente social Yvone Bezerra e a mãe adotiva Dona Elza da Silva (a única pessoa que participou de seu enterro), Sandro não era capaz de matar ninguém, mas de acordo com a polícia do Rio, Sandro tinha um comportamento nervoso e agressivo e chegou a quebrar o braço de um policial e morder outros ao tentar, supostamente, tirar uma arma deles. Após alegações de que a morte de Sandro foi ocasional, os policiais responsáveis pela morte de Sandro foram levados a julgamento por assassinato e foram declarados inocentes. Em novembro de 2001, a linha 174 mudou de número para 158.

Geísa Firmo Gonçalves foi enterrada em Fortaleza - CE, no cemitério do Bom Jardim. Seu enterro foi acompanhado por mais de 3.000 pessoas.

terça-feira, abril 14, 2009

UM REINO DE JUSTIÇA - Parte 1 - Prog 26

segunda-feira, abril 13, 2009

A HISTÓRIA DAS COISAS

TEMPO, O PRESENTE DA VIDA - PARTE 2 - Prog 25

domingo, abril 12, 2009

BONDADE E MISERICÓRDIA

Foto: Marcos Vichi

BONDADE E MISERICÓRDIA

“Sim, felicidade e amor me acompanham todos os dias da minha vida. Minha morada é a casa do Senhor, por dias sem fim”. Salmo 23.6



Depois de um período de grande tribulação, o salmista encontrou a paz de que tanto necessitava, ao ser acolhido na casa do Senhor. Saber que poderia habitar ali eternamente lhe trazia agradável sensação de que ele não estava à deriva no mundo, mas pertencia a algum lugar e era importante para alguém.

Conforme diz a letra da banda Paralamas do Sucesso: “Levante as mãos para o céu, se um dia encontrar, um amor, um lugar pra sonhar, pra que a dor possa sempre mostrar algo de bom” (1). Estes elementos são essenciais para restaurar as forças para enfrentar as lutas desta vida. O ombro amigo e o colo da pessoa amada trazem cores ao cenário cinzento das crises.

A paz produzida pelo relacionamento com Deus não é um sentimento que funciona apenas quando tudo vai bem. Os tempos de dificuldade são o seu grande teste de intimidade. A alegria daquele que tem fé não depende das circunstâncias, que podem ser boas ou más. Ela é um estado de tranquilidade na alma, que permite o equilíbrio mesmo durante as maiores tempestades.

Felicidade e amor caminham juntos. Não existe amor solitário, ele precisa ser dirigido a alguém, senão vira narcisismo. O amor é uma experiência humana, pois permite aquele que ama enxergar o mundo a partir do olhar da pessoa amada. É, também, uma experiência divina, pois a sua origem está em Deus, que sempre ampara os seus filhos nos momentos de angústia, transforma o seu pranto em dança e promete nunca abandoná-los.

sábado, abril 11, 2009

CRIANÇA, A ALMA DO NEGÓCIO - Um documentário sobre publicidade, consumo e infância.


CRIANÇA, A ALMA DO NEGÓCIO
Um documentário sobre publicidade, consumo e infância.


Produtora:
Maria Farinha Produções
Direção: Estela Renner
Produção Executiva: Marcos Nisti

Sinopse:
"Por que meu filho sempre me pede um brinquedo novo? Por que minha filha quer mais uma boneca se ela já tem uma caixa cheia de bonecas? Por que meu filho acha que precisa de mais um tênis? Por que eu comprei maquiagem para minha filha se ela só tem cinco anos? Por que meu filho sofre tanto se ele não tem o último modelo de um celular? Por que eu não consigo dizer não? Ele pede, eu compro e mesmo assim meu filho sempre quer mais. De onde vem este desejo constante de consumo?" Este documentário reflete sobre estas questões e mostra como no Brasil a criança se tornou a alma do negócio para a publicidade. A indústria descobriu que é mais fácil convencer uma criança do que um adulto, então, as crianças são bombardeadas por propagandas que estimulam o consumo e que falam diretamente com elas. O resultado disso é devastador: crianças que, aos cinco anos, já vão à escola totalmente maquiadas e deixaram de brincar de correr por causa de seus saltos altos; que sabem as marcas de todos os celulares mas não sabem o que é uma minhoca; que reconhecem as marcas de todos os salgadinhos mas não sabem os nomes de frutas e legumes. Num jogo desigual e desumano, os anunciantes ficam com o lucro enquanto as crianças arcam com o prejuízo de sua infância encurtada. Contundente, ousado e real, este documentário escancara a perplexidade deste cenário, convidando você a refletir sobre seu papel dentro dele e sobre o futuro da infância.

CRIANÇA, A ALMA DO NEGÓCIO - Videos









THERE IS ALWAYS ONE MORE TIME

THERE IS ALWAYS ONE MORE TIME
B.B. King
If your whole life somehow
Wasn't much 'til now
And you've almost lost
Your will to live
No matter what you've been through
Long as there's breath in you
There is always one more time
***
And if your dreams go bad
Every one that you've had
That don't mean that some dreams
Can't come true
'cause it's funny about dreams
As strange as it seems
There is always one more time
***
Oh turnin' corners
Is only a state of mind
Keeping your eyes closed
Is worse than being blind
***
If there's a heart out there
Looking for someone to share
I don't care if it's been
Turned down time and time again
And if we meet one day
Please don't walk away
'cause there is always one more time
There is always one more time
***

B. B. KING

sexta-feira, abril 10, 2009

O CAMINHO PARA A FELICIDADE

Foto: Marcos Vichi

O CAMINHO PARA A FELICIDADE

“Bem aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios em se detém no caminho dos pecadores nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes tem o seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite.” Salmo 1.1-2

Todos querem ser felizes, mas ao observar as pessoas, percebemos que poucos podem dizer que estão satisfeitos com a vida que têm. Será que é tão difícil assim encontrar a satisfação? Para muitos o caminho da felicidade parece uma trilha escondida no meio de uma floresta fechada. Mas não precisa ser assim.

A primeira atitude em busca de uma vida mais feliz deve ser: fugir do mal. A sociedade moderna apresenta o pecado como algo bom, que traz satisfação, mas ele nos afasta de Deus impedindo a comunhão com ele.

A segunda atitude recomendada é: Meditar na palavra de Deus. Não é apenas estudar por obrigação, mas desejar profundamente conhecê-la e impregnar-se com a sua mensagem e torná-la uma referência para cada decisão.

Aqueles que servem a Deus serão abençoados no tempo certo: “Essas pessoas são como árvores que crescem na beira de um Riacho; elas dão fruto no tempo certo, e as suas folhas nunca murcham. Tudo o que essas pessoas fazem dá certo”. Os tempos difíceis podem vir, mas o cuidado de divino guarda o coração de quem deposita a fé em suas mãos cheias de amor.

Seguir a Jesus é a melhor opção para quem deseja ser feliz. Ao assumir o comando de sua vida sem considerar as orientações de Deus tudo se desorganiza e você acaba como a palha que é espalhada pelo vento para todos os cantos. Quando Deus orienta os seus caminhos, cada fato acontecerá no tempo certo e você experimentará a “paz que excede a todo o entendimento” Filipenses 4.7.

A melhor notícia que o salmista pode transmitir é: que existe um Deus amoroso que acolhe aos seus filhos, e deseja conceder-lhes a sua sabedoria para que a felicidade não seja apenas uma palavra vazia, cantada em verso e prosa, e se transforme em realidade para todos os que desejam de coração sentir prazer em sua lei.

quinta-feira, abril 09, 2009

TEMPO, O PRESENTE DA VIDA - PARTE 1 - Prog 24

terça-feira, abril 07, 2009

DEUS SE IMPORTA COM VOCÊ

Foto: Marcos Vichi

DEUS SE IMPORTA COM VOCÊ

“Ele, despertando, repreendeu o vento, e disse ao mar: cala-te, aquieta-te. Então o vento se aquietou, e houve grande bonança. Ele disse aos discípulos: Porque sois tão tímidos? Ainda não tendes fé?” Marcos 4.39-40.


Os discípulos embarcaram para atravessar o mar da Galiléia. No meio da travessia começou uma grande tempestade. Imagine um barco pequeno no meio do mar, sendo sacudido pelas ondas, deve ser algo terrível. Eles viam o barco encher-se de água e ficavam desesperados, pois parecia não haver solução para aquele problema, e todos estavam prestes a afogar-se.

Jesus dormia, aparentemente alheio a toda aquela confusão. Ele descansava depois de um dia agitado onde acabara de proferir o sermão do monte e falar com muitas pessoas. Agora, no meio da tempestade, Jesus parecia não se dar conta do perigo.

Quando os discípulos se lembraram de Cristo, foram até ele para repreendê-lo: “Mestre! Nós vamos morrer! O senhor não se importa com isso?” Aqueles homens achavam que pelo fato de dormir, seu mestre estava ausente no momento em que a sua presença era mais necessária.

Jesus não chamou a atenção daqueles homens por achar que eles estavam errados em sentir medo. Na verdade, o motivo de todo o desespero era a falta de confiança e que ele pudesse fazer algo naquelas circunstâncias. “Porque é que vocês são assim tão medrosos? Vocês ainda não têm fé?” Jesus perguntou após acalmar a tempestade.

Será que a sua vida pode ser comparada, neste momento, com aquele barco agitado por um grande temporal? O desemprego, as dívidas, alguma doença, podem estar atrapalhando a sua vida. Talvez você tenha o desejo de fazer a mesma pergunta que os discípulos fizeram: “Mestre, o Senhor não se importa com isso?”

Jesus dormia tranquilo durante a tempestade porque conhecia o seu poder e sabia que tudo acabaria bem. Os discípulos fizeram tudo o que estava ao seu alcance e o barco continuava cheio de água. Eles não tinham, a capacidade para se salvar, somente Deus poderia fazê-lo.

Quantas vezes você já sentiu que estava perdendo o controle da situação? Mas lembre-se de que Deus está ao seu lado, e se importa com os seus problemas. Ele diz: “Clama a mim e eu te responderei e anunciarei coisas grandes e ocultas que não sabes”. Jeremias 33.3. Este é o convite para todos que precisam de conforto.

Não gaste as suas forças tentando resolver aquilo que só Deus pode fazer, mas leve todas as suas necessidade as Cristo, e procure desenvolver um relacionamento de amor com ele através da oração e da leitura da Bíblia. Desta forma, você conhecerá todos os planos que ele fez para a sua vida. Deus não está distante nem desatento. Ele sabe das suas necessidades e quer trazer paz ao seu coração.

segunda-feira, abril 06, 2009

QUANDO A MORTE ENCONTRA A VIDA - Prog 23

domingo, abril 05, 2009

NOSSA RESPONSABILIDADE PERANTE A CRIAÇÃO

Foto: Marcos Vichi

NOSSA RESPONSABILIDADE PERANTE A CRIAÇÃO

“É esta criação que está completamente aflita e agonizante, gemendo e esperando a manifestação dos filhos de Deus” (Romanos 8,22)


Durante muitos séculos o ser humano se utilizou dos recursos naturais do planeta terra pensando que eles eram inesgotáveis. Consumiu de forma voraz, devastou as florestas, poluiu rios e mares levando muitas espécies de plantas e animais à extinção.

A ecologia não era considerada um assunto espiritual e, por isso, passava longe da agenda das igrejas, que estavam muito preocupadas com a salvação das almas de seus fiéis e não tinham tempo para considerar o meio ambiente como algo digno de cuidado. Os países desenvolvidos, em sua maioria, de herança cristã protestante, são os maiores emissores de dióxido de carbono do planeta e contribuem para a ampliação do efeito estufa, causador do aquecimento global.

Porque se incomodar se a temperatura da terra está aumentando a cada ano que passa? Em que a seca do nordeste ou a devastação da floresta amazônica vai afetar a alguém que mora no Rio de Janeiro ou São Paulo? As tragédias que volta e meia acontecem nos grandes centros e são exibidas ao vivo pela TV, nos confrontam com a inquietante questão de que a criação de Deus está padecendo, vítima da falta de cuidado.

O alerta bíblico emitido há cerca de dois mil anos atrás permanece atual e revela a preocupação divina com a questão ambiental. O que a igreja tem a ver com o fato de a criação gemer aflita e agonizante? Que tipo de manifestação de seus filhos agradaria a Deus?

A desigualdade na distribuição da riqueza global tem produzido a morte nas comunidades carentes ao redor do mundo. Enquanto uns enchem o prato com gula e jogam fora o excesso que não conseguiram comer, outros estão subnutridos esperando até a morte pelo alimento que não virá. “Cada pessoa precisa descobrir-se como parte do ecossistema local e da comunidade biótica, seja em seu aspecto de natureza, seja em sua dimensão de cultura”. (1)

A alma vive num corpo que habita este planeta, que precisa, desperadamente, de cuidado. Deus instituiu a igreja como a sua voz para alertar contra o perigo do colapso da terra, provocado pela ganância da exploração das pessoas e das espécies animais, vegetais e minerais, que representará o fim da humanidade.

Ainda é possível reverter esta situação, evitar uma tragédia e pregar o evangelho de uma forma surpreendente a esta sociedade que diz viver na era pós cristã. Este é o desafio que Deus lança à sua igreja. Quem assumirá esta responsabilidade?


NOTAS

1. BOFF, Leonardo, Saber Cuidar: ética do humano – p. 135


REFERÊNCIAS

BOFF, Leonardo, Saber Cuidar: ética do humano – compaixão pela terra – Vozes – Petrópolis – RJ – 1999

sexta-feira, abril 03, 2009

ENXERGANDO PESSOAS COMO ÁRVORES - PROG 22

quinta-feira, abril 02, 2009

CONFISSÃO DE FÉ DA IGREJA UNIDA DO CANADÁ

Foto: MarcosVichi

CONFISSÃO DE FÉ DA IGREJA UNIDA DO CANADÁ

Não estamos sós, vivemos no mundo de Deus.
Cremos em Deus:
Que criou e continua criando, que veio em Jesus,
A palavra feita ser humano, para reconciliar e renovar,
Que opera em nós e nos outros pelo Espírito Santo.
Confiamos em Deus.
Somos chamados para ser a igreja:
Para celebrar a presença de Deus,
Para amar e servir aos outros,
Para buscar a justiça e resistir ao mal.
Para proclamar Jesus, crucificado e ressuscitado,
Nosso juiz e nossa esperança.
Deus está conosco.
Não estamos sós.
Graças sejam dadas a Deus.

A BÊNÇÃO DO PEREGRINO

Foto de: Marcos Vichi

A BÊNÇÃO DO PEREGRINO


Que o senhor esteja adiante de ti, para te mostrar o caminho certo;
Que o Senhor esteja adiante de ti, para te abraçar e te proteger,
Que o Senhor esteja atrás de ti, para impedir que os homens maus e perversos te armem ciladas
Que o Senhor esteja dentro de ti, para te consolar quendo estiveres triste;
Que o Senhor esteja acima de ti, para te abençoar;
Que assim te abençoe e te proteja o misericordioso Deus Pai, Filho e Espírito Santo!

UM REINO DE AÇÃO - PROG 21

O DEUS QUE SURPREENDE

Foto: Marcos Vichi

O DEUS QUE SURPREENDE

“Ora, aquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera”. Efésios 3,20



Em sua oração pela igreja de Éfeso, Paulo se apresenta diante de Cristo reconhecendo-o como o Senhor de sua vida e da igreja. Este reconhecimento o leva a entender que quando nos relacionamos com Deus, ele nos abençoa segundo as riquezas de sua glória, que fortalece a alma cansada, restaura, produz ânimo e esperança no meio das lutas da vida.

A fé é o elemento fundamental que torna o nosso coração apto para que Cristo habite nele. “Ora, sem fé é impossível agradar a Deus... (Hebreus 11.6). Quando estamos cheios da presença de Cristo, nos tornamos capazes de vivenciar o amor divino, que é a base na qual devemos firmar toda a nossa vida. Este amor, que supera qualquer concepção que o limitado entendimento humano possa fazer, se coloca à nossa disposição em toda a sua largura, comprimento, altura e profundidade capacitando-nos para saciar a sede de nossa alma com toda a plenitude de Deus (Efésios 3.17-20).

A Bíblia apresenta a boa nova do evangelho ao ser humano desesperado. Esta esperança que ele oferece não é simplesmente esquecer as frustrações, depositando-as numa fé vazia que anestesia a alma, para seguir vivendo e fingir que tudo está bem. Mas é que, apesar da dor forte me fazer gritar, eu sei que Deus é poderoso para curar a minha ferida e me levantar novamente com a alma restaurada para viver em novidade de vida. Deus, em seu poder eterno, e seu amor ilimitado, pode superar todas as nossas melhores expectativas.

Saber que tudo isto está acessível através do poder de Cristo, nos ajuda a recuperar a dimensão do sonho na vida, fazendo com que ela valha a pena. Eu posso sonhar alto, mas com os pés no chão vou caminhando, esquecendo-me das coisas que ficaram para trás e avançando para o que está adiante de mim. (Filipenses 3.13), sempre louvando a Deus, pois é o seu amor que me sustenta e alimenta a esperança de alcançar a plenitude das promessas da palavra em minha vida. “A ele seja a glória na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações e para todo o sempre. Amém.” (Efésios 3.21).

quarta-feira, abril 01, 2009

UM REINO DO ALTO - Prog 20

A SUA CASA ESTÁ EM ORDEM?

A SUA CASA ESTÁ EM ORDEM?

“Naqueles dias Ezequias adoeceu e estava perto da morte. O profeta Isaías, filho de Amós, veio ter co ele, e lhe disse: Assim diz o Senhor: põe a tua casa em ordem, porque morrerás e não viverás”. II Reis 20.1


Ezequias foi um dos reis de Israel, ele seguia a sua vida normalmente cumprindo os seus compromissos políticos, liderando uma profunda reforma religiosa e pedindo proteção a Deus contra os inimigos que cercavam o seu reino.


Um dia ele adoeceu e ficou muito mal, estava quase morrendo. Isaías aproximou-se do seu leito trazendo-lhe uma palavra da parte de Deus. Com certeza o rei esperava uma mensagem de conforto junto com uma palavra de cura, mas qual não foi a sua surpresa quando ouviu a seguinte recomendação: “põe a tua casa em ordem, porque morrerás e não viverás”.


A doença era incurável, havia apenas algum tempo para despedir-se dos amigos, fazer as pazes com os inimigos e preparar o seu sucessor. O coração de Ezequias se entristeceu muito. Ele clamou, chorou e suplicou a Deus por sua vida.


Normalmente uma casa é arrumada todos os dias, ou assim deveria ser, para que ao aparecer alguma visita, não seja necessário sair correndo para colocar tudo no lugar. A situação com Deus precisa seguir neste mesmo sentido. A cada dia precisamos buscar ao Senhor para que ele cuide da nossa vida, perdoe os pecados e nos ensine a andar nos caminhos corretos. Ezequias alcançou misericórdia e recebeu a cura para a sua enfermidade.


Como está a sua vida espiritual? A sua casa está em ordem? Se estas perguntas lhe causam intranqüilidade, busque conhecer o evangelho e a sua mensagem de reconciliação entre o homem e Deus. Desta forma, cada dia será uma manifestação de amor e revelará a maravilhosa graça do Pai celestial.