quarta-feira, setembro 20, 2006

UMA ATITUDE DE FÉ



UMA ATITUDE DE FÉ

“Um dia Jesus estava ensinando, e alguns fariseus e alguns mestre da Lei estavam sentados perto dele. Eles tinham vindo de todas as cidades da Galiléia e da Judéia e também de Jerusalém. O poder do Senhor estava com Jesus para que ele curasse os doentes”.
Lucas 5:17 - NTLH

Como era seu hábito, Jesus estava reunido com pessoas e pregando o evangelho. Sua presença atraía muita gente que se aglomerava para ouvir o que o Filho de Deus tinha para dizer. Dessa multidão destacam-se alguns personagens: os primeiros são os fariseus e os mestres da Lei que estavam sentados na primeira fila, em condição privilegiada para ouvir a mensagem de Jesus, mas cujos corações dispunham-se a criticar e achar falhas em seu ensino. Em segundo lugar, havia a multidão que cercava a casa onde Jesus estava. Essas pessoas encontravam-se ali por diversos motivos: alguns movidos pela curiosidade de ver aquele homem tão famoso; outros, porque tinham o desejo de conhecer a mensagem que Jesus pregava. Mas eles estavam à sua volta e o texto não revela alguém dentre eles que tenha recebido alguma bênção, apesar de destacar que “o poder do Senhor estava com Jesus para que ele curasse os doentes”. Em terceiro lugar, estavam os que tinham uma necessidade definida: um homem paralítico precisava ser curado e os que o carregavam estavam determinados a fazer de tudo para receber essa bênção do Cristo. Percebe-se que esses quatro amigos amavam muito o paralítico, pois se dispuseram a unir-se e a transportá-lo até onde Jesus estava. Ao chegar ao local da reunião, eles contemplaram a multidão e reconheceram que seria impossível, por vias normais, chegar até Jesus. Mas eles não desistiram e buscaram uma solução para poderem ver a cura de seu amigo. Os homens subiram no telhado, trouxeram o paralítico, abriram um buraco no telhado e baixaram-no até que ele ficasse aos pés de Jesus.

Vendo-lhes a fé, Jesus dispõe-se a atender a súplica daqueles homens. Vale destacar aqui que a fé era dos quatro amigos. Até esse momento o texto não mostra qualquer evidência de que o paralítico estivesse tão disposto a buscar a sua cura. Talvez estivesse acostumado à sua condição de deficiente e não tivesse tanta disposição para enfrentar dificuldades aparentemente sem solução para ser curado. A sua alma estava tão enferma quanto o seu corpo.

Quando Jesus falou com o paralítico, a sua primeira atitude foi perdoar os pecados dele. Por que ele não curou logo o corpo que era a necessidade mais evidente? Jesus estava cuidando, em primeiro lugar, da principal enfermidade do paralítico, a enfermidade da alma. O pecado adoece a alma e se Jesus não solucionasse primeiro esse problema nada funcionaria. Com a sua alma adoecida, o paralítico continuaria enxergando a si mesmo como um deficiente, mesmo que seu corpo estivesse perfeito. Quando Jesus opera um milagre, ele o faz de uma forma completa, tanto física quanto espiritualmente.

Ao ouvirem Jesus dizer ao paralítico que seus pecados estavam perdoados, os fariseus e os mestres da Lei tentaram jogar um balde de água fria nas esperanças daqueles homens. Os fariseus e os mestres da Lei eram homens religiosos, mais preocupados com os rituais do que em conhecer a Deus. Quando estavam diante de Jesus não o reconheceram como o Ungido de Deus para salvar e curar o homem. Se aqueles amigos tivessem dado ouvidos às provocações daqueles religiosos e desistido, teriam voltado para casa decepcionados. Mas eles insistiram, permaneceram aos pés de Jesus e experimentaram o milagre.

Jesus curou o paralítico, ele levantou-se, tomou o leito que o carregara há tantos anos e voltou para casa glorificando a Deus. O testemunho de alguém completamente restaurado por Deus causa impacto aos que estão ao redor. “Todos ficaram muito admirados; e, cheios de medo, louvaram a Deus, dizendo: – Que coisa maravilhosa vimos hoje!” (v. 26).

Após ouvir essa história, em que posição você se encontra? Como os religiosos, apegados a rituais sem vida? Como a multidão, que cercava Jesus sem receber as bênçãos do seu poder? Como o paralítico, conformado com o seu problema, achando que o que não tem jeito solucionado está? Ou na posição daqueles quatro homens que não se conformaram com o situação de seu amigo, lutaram contra todas as dificuldades, contra o deboche das pessoas e buscaram a Jesus para resolver aquele problema?

Não fique do lado errado, junte-se àqueles que alcançaram a vitória e, alegres, glorificam a Jesus.

sexta-feira, setembro 08, 2006

VIVER COM ARTE


VIVER COM ARTE

É preciso fazer coisas que mexam com a gente,
Que mexam com a mente,
Direta ou indiretamente.

É preciso saber falar,
Saber ouvir,
Saber sonhar,
Saber planejar.

É preciso saber alcançar,
E aproveitar o que se alcançou.

É preciso ser amigo,
É preciso ter amigo,
É preciso estender a mão,
E ser humilde para segurá-la.

É...
É preciso ter arte na alma,
Ter samba nos pés,
Ter brilho nos olhos,
Ter vida na vida.

Luciana Schimidt Heckert Bastos Peixoto


A arte subverte o mundo. Ela parte do comum, descobre o belo e toca os corações. O olho do artista capta as nuances e as expõe com graça diante de olhos surpresos. A arte semeia mudanças porque rompe barreiras e amplia as expectativas daquele que vive fechado em seu mundo. Sua linguagem é universal e a sua mensagem dispensa traduções.

A palavra cria, cura ou fere, vai depender da maneira como ela é falada. Se dita com amor, fortalece, mas se pronunciada com ódio, rouba a alegria da vida. Aquele que fala deseja ser ouvido, mas como isto é difícil! Ouvir requer atenção, cuidado, qualidades que andam em falta nestes dias tão agitados. Os bons ouvintes tornam-se amigos, com os quais compartilhamos os sonhos.

“O segredo da existência humana consiste não somente em viver, mas em encontrar um motivo de viver”. 1 Sonhar produz esperança, porque permite ir além das limitações. Mesmo quando as dificuldades ocultam as saídas, aquele que sonha encontra novos caminhos, pois ter planos proporciona uma razão para existir.

Planejar é estabelecer uma rota para a rotina da vida, não a deixando seguir à deriva sem levar a lugar nenhum. É alimentar o coração com esperança e trabalhar com disposição para transformar os sonhos em realidade. A celebração é essencial para trazer à memória as vitórias obtidas, ela renova as forças e prepara para novos desafios. Felicidade é possuir amigos com quem celebrar uma conquista.

Amigos ouvem, têm a boa palavra no momento certo, estão perto mesmo quando bem longe, estendem a mão e firmam os pés daquele que está cansado. Eles revelam o que temos de melhor e não vão embora quando os defeitos aparecem. Seu amor baseia-se tão somente naquilo que somos, e não no que podemos oferecer em troca. Com eles a vida ganha cor, suavidade, alegria. Ao seu lado podemos sambar sem saber e não ter vergonha disto, pois a amizade oferece liberdade.

Viver com arte é não perder o brilho nos olhos, é perceber os milagres da vida na vida dos amigos reconhecendo a sua presença como presente de Deus. É abrir o coração, é ter bom humor, é saber agradecer.

Sejamos artistas!


Marcos Vichi
NOTA

1 DOSTOYEVSKY. Fiódor. Os Irmãos Karamázovi. p. 5


REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

DOSTOYEVSKY. Fiódor. Os Irmãos Karamázovi. Ed. Abril – coleção os Imortais da Literatura - SP

terça-feira, setembro 05, 2006

O TEMPO DE DEUS

O TEMPO DE DEUS

“E não nos cansemos de fazer o bem. Pois, se não desanimarmos, chegará o tempo certo em que faremos a colheita”.
(Gálatas 6:9 NTLH)

A sabedoria popular consagra o bem como o vencedor final de todas as batalhas da vida. Os ditados não cansam de repetir: “Quem espera sempre alcança”; “Fazer o bem sem olhar a quem”; etc. No texto acima temos o conselho da Bíblia recomendando que façamos o bem e prometendo bênçãos aos que obedecerem. Mas será que essa bênção é para todos?

Neste versículo existem dois pontos intrigantes: “Pois se não desanimarmos (...)” e outro: “(...) chegará o tempo certo em que faremos a colheita”. Isso me faz pensar na quantidade de bem que precisamos fazer para alcançar a bênção e no quanto é necessário persistir até que o tempo certo da colheita chegue.

A vida é cheia de circunstâncias difíceis e inacreditáveis. Esse mundo se afunda cada vez mais e mais na maldade e a cada dia vemos a injustiça triunfando. Fazer o bem, ser honesto, chega a ser motivo de piada entre as pessoas. É no meio dessa situação que Deus recomenda que não nos cansemos de fazer o bem. Difícil, não? Para complicar um pouquinho mais: Como contar o tempo de Deus? A Segunda Carta de Pedro diz: “(...) um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia” (3:18). Você pode estar pensando: “Assim não dá, eu vou desistir!” Calma, espere um pouco mais!

Quando Deus se refere ao tempo, isso não está limitado às 24 horas diárias, aos 7 dias da semana ou 30 dias do mês. Ele se refere às circunstâncias que nos cercam e que forjam o nosso caráter dia a dia. Ao observarmos os heróis da Bíblia, podemos perceber como o tempo de Deus chega durante a vida. Vejamos o exemplo de José, relatado em Gênesis a partir do capítulo 37. José passou por situações terríveis até o dia em que foi elevado à Governador do Egito e libertador de sua família. Como você encararia ser vendido como escravo pelos seus irmãos e, ainda, ser condenado, mesmo sendo inocente, quando tudo ia aparentemente bem na casa onde trabalhava? José decidiu ser fiel a Deus. O que ele deve ter sofrido ao ser jogado num poço pelos seus irmãos até ser vendido como escravo? E quando ele foi colocado injustamente na cadeia? Hoje é fácil contemplar o exemplo de José porque conhecemos o final da história. E se o tivéssemos conhecido dentro da prisão? O que diríamos?

José não deixou que aquilo que ele via atrapalhasse aquilo que ele cria. Isto fez a diferença e o levou a alcançar a vitória, a prosperidade, a cura para a sua alma e permitiu-lhe colher os frutos no tempo certo sem desanimar no meio do caminho. Vale a pena fazer o bem em todo o tempo e confiar em Deus, pois ele honrará a sua fé e o abençoará.